Arquivo da categoria: Crítica de Arte

Guilherme Parente – Água de Transcendência

Guilherme Parente – Exposição «Águas Régias» – Azeitão: Galeria Via Idea – 20 Junho – 15 Julho 2015 – Água de Transcendencia
por Raquel Farelo

 A exposição “Águas Régias” realizou-se no dia 20 de Junho às 18h na Galeria de Arte Contemporânea, VIA IDEA, que apresentou uma exposição individual do artista Guilherme Parente (Lisboa, 1940).

O Artista Guilherme Parente estudou pintura com o Mestre Roberto de Araújo, na Sociedade Nacional de Belas Artes, pessoa que muito influenciou o seu trabalho. Frequentou curso de gravura na Cooperativa Gravura e fez parte de uma geração de artistas que desde a década de 50, procuraram formação no estrangeiro. Continuar a ler

Do Desenho e do Ordenar do Tempo: Catarina Patrício e Emília Nadal

Do Desenho e do Ordenar do Tempo: Catarina Patrício e Emília Nadal na Galeria São Mamede / Catarina Patrício – Two days before the day after tomorrow / Emília Nadal – O Tempo e a Forma –  São Mamede – Galeria de arte, Lisboa – 26 Maio 15 – 23 Junho 15
por Cláudia Simenta

No espaço de traça pombalina da galeria de São Mamede, em Lisboa, dá-se o encontro fortuito do desenhar de duas artistas. Emília Nadal e Catarina Patrício apresentam-nos as suas propostas cujas fundações assentam em diferentes conceitos de tempo e da passagem deste. Falam-nos de um tempo por vezes lento, por vezes acelerado; de um tempo vivido ou simplesmente intuído; de um tempo que se prolonga ou que se perde. Falam-nos do ritmo do tempo, do ritmo do mundo. Continuar a ler

Modernidades: Fotografia Brasileira

Modernidades: Fotografia Brasileira (1940-1964) – Fundação Calouste Gulbenkian – Galeria de Exposições Temporárias – Edifício Sede – Piso -1, Lisboa – 21 Fevereiro– 19 Abril 2015
por Lara Neto

Modernidades: Fotografia Brasileira (1940-1964), é uma exposição temporária, resultado da parceria entre o Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, o Staatliche  Museen zu Berlin, e o Programa Gulbenkian Próximo Futuro, de Arte Contemporânea. José Medeiros, Marcel Gautherot, Thomaz Farkas e Hans Gunter Flieg são os quatro fotógrafos que invadem o espaço com as suas imagens de um claro-escuro intenso e linhas absolutamente definidas e cortantes. Três são estrangeiros, que nascem na Europa e partem rumo ao Brasil com tenra idade. Continuar a ler

Finok

Finok – Exposição «Enterro do Galo» – Galeria Underdogs – 30 Janeiro a 28 Fevereiro 2015

por Margarida Barros

“Enterro do Galo” é uma exposição individual do artista contemporâneo Finok (Raphael Sogarra), na galeria Underdogs, patente de 30 de Janeiro a 28 de Fevereiro de 2015.

Finok é um artista de arte contemporânea ligado à linguagem da cultura urbana. É um jovem artista de apenas 29 anos, que, já, é dos mais prolíferos na zona do epicentro da América do Sul na cultura do graffiti. Vive em São Paulo, cidade que é conhecida pela sua arte urbana, e cresceu num bairro operário, Cambuci, que nos anos 90 foi o epicentro do graffiti sul-americano. É das suas origens que parte a sua temática, ligada às tradições populistas e vernaculares, em junção com a realidade, mais, contemporânea da cidade urbana. Continuar a ler

Imagerie – Casa de Imagens

Imagerie – Casa de Imagens – Os Diários da TOSCA – Bartô do Chapitô
14 Janeiro 2015 – 14 Fevereiro 2015
por Catarina Pinto

No passado dia 14 de Janeiro de 2015, no Bartô do Chapitô, pelas 22:00 horas, teve lugar a inauguração da exposição estenopeica do ateliê Imagerie – Casa de Imagens, intitulada Os Diários da TOSCA, estará patente de terça-feira a domingo, das 22:00 horas às 2:00 horas, até dia 14 de Fevereiro de 2015.

O Chapitô é uma instituição onde a Formação, a Criação, a Animação e a Intervenção se tornam uma só, sempre numa perspectiva vanguardista do humanismo, há trinta anos.

O ateliê Imagerie – Casa de Imagens, fundado em 2008 pela mão de Magda Fernandes e José Domingos, é um espaço de aprendizagem e partilha de conhecimentos acerca da fotografia, onde se realizam exposições com artistas que desejam fugir ao circuito cerimonial das galerias de arte. Os seus fundadores auto-intitulam-se como “novos primitivos”, pela fotografia que produzem. Continuar a ler

Carla Cabanas

Exposição «A Palavra Arquivada» – Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa – 19 Dezembro 2014 – 14 Março 2015

por Rita Branco

A Palavra Arquivada é o álbum número seis da série O Que Ficou Do Que Foi criada por Carla Cabanas (Lisboa, 1979). Desde o passado recente de 2010, a imprecisão da memória e a inevitabilidade do tempo são aspectos fundamentais no trabalho que a artista tem vindo a desenvolver na forma de colecção de imagens. Em 2013, os conjuntos de fotografias deram lugar a conjunto de postais e é agora, na sua mais recente exposição patente no Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, até 14 de Março de 2015, que a intervenção manual deixa de o ser, aperfeiçoando a sua precisão com a introdução do automatismo do recorte a laser. Continuar a ler

Francisco Tropa

Exposição «Tesouros Submersos do Antigo Egipto» – Museu da Cidade, Pavilhão Branco, Campo Grande, 245, Lisboa – 7 Dezembro – 22 Fevereiro 2015

por Cláudia Ramos

Fig. 1 Sem título, 2008. Frasco de Vidro, areia, ouro e mármore -pormenor Fotografia Pedro Tropa

Fig. 1 Sem título, 2008. Frasco de Vidro, areia, ouro e mármore -pormenor Fotografia Pedro Tropa

Notas para um desenho

“Levado pela minha desejosa vontade, vagueio para ver a grande cópia das várias e estranhas formas feitas pela natureza artificiosa, retorcendo-me ainda mais por entre os sombreados escolhos, cheguei à entrada de uma grande caverna, ante a qual, fiquei assaz estupefacto e ignorante de tal coisa, os meus rins dobrados em arco, e posada a mão cansada sobre o joelho, e com a direita fiz sombra às pestanas baixas e fechadas; e continuamente dobrando-me aqui e ali para ver se dentro se discernisse alguma coisa; e isto vetando-me a grande obscuridade que lá dentro havia. E tendo estado <assim> demoradamente, súbito crescem em mim duas coisas: medo e desejo: medo pelo ameaçante e escuro antro, desejo de ver se lá dentro houvesse alguma coisa milagrosa.” (Leonardo Da Vinci, Código Arundel 155 R. in Desenho / A Transparência dos Signos de Pedro A.H. Paixão) Continuar a ler

André Príncipe – Antena 2

Exposição Antena 2 – Galeria Pedro Alfacinha – 21 Novembro 2014 – 7 Fevereiro 2015

por David Gonçalves

É na recente inaugurada galeria de fotografia Pedro Alfacinha que ocorre o regresso do fotógrafo, cineasta e editor André Príncipe (Porto, 1976) às exposições de fotografia, desde a última, em 2006. Artista de mil ofícios estreou recentemente, no Cinema Ideal, Campo de Flamingos sem Flamingos e comemora cinco anos desde a criação da sua editora de livros de fotografia na companhia do fotógrafo José Pedro Cortês, a Pierre von Kleist. Continuar a ler

Shadow of a Doubt

Exposição «Shadow of a Doubt» – Fotografia no Chiado8, Lisboa 13 Novembro 2014 – 31 de Dezembro 2014 (prolongada até 30 Janeiro 2015)

por Joana Ottone

A exposição colectiva de fotografia Shadow of a Doubt esteve patente no Chiado8 – Arte Contemporânea, inicialmente de 13 de Novembro de 2014 a 31 de Dezembro de 2014, prolongou-se depois até dia 30 de Janeiro de 2015.

Num espaço organizado de forma complexa, a ocupação total das paredes das salas principais e das zonas de passagem entre elas, reforça a multiplicidade dos olhares dos treze artistas presentes.

Destaca-se, com maior número de obras, José M. Rodrigues, com trabalhos, não só fotográficos, mas também de instalação. Os outros artistas estão representados por apenas um trabalho, ou uma série.

Todos estes trabalhos são provenientes de coleções portuguesas, tendo sido retirados do seu contexto conceptual e temporal para integrarem esta exposição. Contemplando obras datadas, desde 1982 a 2014, não se estabelecem, de uma forma imediata, relações formais ou temáticas. Continuar a ler

Exposição «7 Mil Milhões de Outros»

Parceria Fundação EDP, Projeto Memória e Good Planet Foundation Museu da Eletricidade, Lisboa 8 Novembro 2014 – 8 Fevereiro 2015

por Carina Fonseca

“Quem são, como vivem, o que sonham, o que têm a dizer os 7 mil milhões de habitantes do planeta? O que os une e os separa? Uma exposição que é o retrato vivo da humanidade dos nossos dias.” – Texto de apresentação da exposição.

Não é uma exposição de arte, contudo…

Não é propriamente uma exposição de obras de arte, mas artística na forma de comunicar com o visitante. Há uma sensibilização humana através, não de objetos, mas de histórias contadas na primeira pessoa.

Vagueando pelo espaço, como quem salta de sala para sala, de tema para tema, saltamos de espaços como quem salta de realidades, percorrendo um labirinto de memórias.

Não é uma exposição de arte, contudo…

A opção expositiva vai muito de encontro ao conceito da black box (caixa preta, sala negra), uma referência à câmera obscura na fotografia, que transporta quem lá está para uma realidade paralela envolta em mistério. Poderia ter assumido o conceito literal de white cube (cubo branco, sala branca), uma opção expositiva muito usada por curadores de arte contemporânea nos dias de hoje. Contudo, o negro recria salas de cinema, tornando a imagem mais definida e uma maior noção de proximidade. A atenção do observador vai se focar numa imagem em movimento que sucessivamente vai alterando. Deixa no ar uma sensação de solidão confortável onde não existe tempo nem espaço – apenas o eu e o outro.

Não é uma exposição de arte, contudo… Continuar a ler